sábado, 21 de novembro de 2015

Sexualidade nas letras de Cazuza


Por Dennison Vasconcelos

Cazuza foi um dos mais importantes compositores do rock nacional. Sua curta carreira musical, de 1982 a 1990, deixou um legado político, sexual e transgressor. A bissexualidade assumida foi abordada de diferentes maneiras, em metáforas e entrelinhas e até hoje são parâmetro para sociedade. Veja abaixo algumas letras do cantor que refletem o tema.

Narciso (1984)
No Barão Vermelho, o compositor descrevia nos versos da música o conflito de um relacionamento entre dois homens. “Eu tenho tudo o que você precisa e mais um pouco/ nós somos iguais na alma e no corpo”.


Em carreira solo, nos versos da canção que era uma homenagem a todo tipo de comportamento marginal, Cazuza cita o escritor e ativista da contracultura e das causas homossexuais nos Estados Unidos, Allen Ginsberg .

No início da música o compositor apresenta a dúvida da sexualidade de sua namorada utilizando nomes bíblicos: “Por onde eu ando/ levo ao meu lado/ a minha namorada/ cheirosa e bem tratada/ Não sei se o nome dela/ é Eva ou Adão/ É religiosa por formação”.

Quarta-feira (1987)
No disco do mesmo ano, Cazuza, pela primeira vez, descreve claramente a homossexualidade numa canção.  “Ando apaixonado/ por cachorro e bichas/ Duques e xerifes/ Porque eles sabem que amar é abanar o rabo/ lamber e dar a pata”.

Heavy Love (1987)
A transgressão de um relacionamento  homossexual  é debochada nos trechos da música: “Pro nosso amor descarado e virado/ o mundo lá fora não vale pra nada”.

Guerra civil (1988)
No disco Ideologia, Cazuza fez sua primeira canção sobre a homossexualidade feminina. O forte verso “Freiras lésbicas assassinas”, revela o modo violador que ele tratava o tema.

Talvez seja essa a canção que marcou sua carreira. A forma que a sociedade lidava com os homossexuais  na década de 1980 surge nos versos: “Te chamam de ladrão, de bicha, maconheiro/ Transformam o país inteiro num puteiro/pois assim se ganha mais dinheiro”.


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