Por Dennison Vasconcelos
Cazuza foi um dos
mais importantes compositores do rock nacional. Sua curta carreira musical, de
1982 a 1990, deixou um legado político, sexual e transgressor. A bissexualidade
assumida foi abordada de diferentes maneiras, em metáforas e entrelinhas e até
hoje são parâmetro para sociedade. Veja abaixo algumas letras do cantor que
refletem o tema.
No
Barão Vermelho, o compositor descrevia nos versos da música o conflito de um
relacionamento entre dois homens. “Eu tenho tudo o que você precisa e mais um
pouco/ nós somos iguais na alma e no corpo”.
Só as mães são felizes
(1985)
Em
carreira solo, nos versos da canção que era uma homenagem a todo tipo de
comportamento marginal, Cazuza cita o escritor e ativista da contracultura e das
causas homossexuais nos Estados Unidos, Allen Ginsberg .
Culpa de estimação
(1987)
No
início da música o compositor apresenta a dúvida da sexualidade de sua namorada
utilizando nomes bíblicos: “Por onde eu ando/ levo ao meu lado/ a minha namorada/
cheirosa e bem tratada/ Não sei se o nome dela/ é Eva ou Adão/ É religiosa por
formação”.
Quarta-feira
(1987)
No
disco do mesmo ano, Cazuza, pela primeira vez, descreve claramente a homossexualidade
numa canção. “Ando apaixonado/ por
cachorro e bichas/ Duques e xerifes/ Porque eles sabem que amar é abanar o
rabo/ lamber e dar a pata”.
Heavy Love
(1987)
A
transgressão de um relacionamento
homossexual é debochada nos
trechos da música: “Pro nosso amor descarado e virado/ o mundo lá fora não vale pra nada”.
Guerra civil (1988)
No disco Ideologia, Cazuza fez sua primeira canção sobre a homossexualidade feminina. O forte verso “Freiras lésbicas assassinas”, revela o modo violador que ele tratava o tema.
No disco Ideologia, Cazuza fez sua primeira canção sobre a homossexualidade feminina. O forte verso “Freiras lésbicas assassinas”, revela o modo violador que ele tratava o tema.
O tempo não para (1988)
Talvez seja essa a canção que marcou
sua carreira. A forma que a sociedade lidava com os homossexuais na década de 1980 surge nos versos: “Te
chamam de ladrão, de bicha, maconheiro/ Transformam o país inteiro num puteiro/pois
assim se ganha mais dinheiro”.
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