Por Ewerton Correia
Criado,
dirigido e editado por Marlon Parente, o documentário Bichas é pernambucano,
ousado e diferente das várias maneiras de abordar a diversidade sexual mais
vistas. Publicado no YouTube em
fevereiro, na sua primeira versão tem quase 500 mil visualizações. Uma segunda
versão, que conta com um intérprete em libras, foi colocada na mesma plataforma
neste mês e já foi vista por mais de 4 mil internautas.
A
proposta do documentário já se mostra em seu título. Bicha é só uma das tantas
palavras que na boca de muitos brasileiros servem de xingamentos e vetores de
exclusão dos integrantes da comunidade LGBT do convívio social diário. A
primeira intenção do material é mostrar que a palavra ‘bicha’ não serve de
xingamento algum.
Em
frente a uma câmera parada, os jovens gays Bruno Delgado, Igor Ferreira, Italo
Amorim, João Pedro Simões, Orlando Dantas e Peu Carneiro relatam detalhes de
como eram e são vistos pela família e a sociedade antes e depois de se
assumirem gays.
Descontraídos
e à vontade ao falar das experiências diárias, os seis abordam vários temas
como descobertas, preconceito e infância, com muito bom humor, mas não escondem
fatos dramáticos de suas histórias. Um deles chega a comentar que, quando
criança, foi obrigado a participar de uma terapia na qual teria que aprender a,
segundo ele, falar, andar e interagir da maneira mais máscula possível e, para
isso, múltiplos exercícios de repetição de comportamentos tidos como masculinos
eram feitos diariamente.
O
processo de aceitação própria e o de criação de autoconfiança necessária para
enfrentar uma sociedade cheia de padrões é um dos pontos mais marcantes da
produção que desperta emoções e respeito. Não é à toa que há mais de três meses
no ar o documentário ainda continua repercutindo nas redes sociais.
O
vídeo original pode ser conferido aqui.
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