quarta-feira, 12 de novembro de 2014

A violência contra LGBTs e o conservadorismo político-religioso


(Reprodução: homofobiamata.wordpress.com)

         Até o começo de outubro, foram registradas 218 mortes de pessoas LGBTs no Brasil. Em 2013, o número foi 313. Cerca de 44% dos casos de homofobia registrados no mundo, acontece aqui. Quarenta e quatro porcento. Tal número deveria causar aversão ou, ao menos, desconforto, mas isto não acontece. A população brasileira se habituou a fechar os olhos e minimizar o assunto.
         Desde 2006, tramita no Congresso Nacional um projeto de lei que criminaliza a homofobia. O texto espera aprovação no Senado desde o final do ano passado. No entanto, alguns empecilhos surgem no caminho. O primeiro deles é a composição nada favorável à questão no legislativo federal. Partidos conhecidos pelo seu conservadorismo protelam o quanto podem o cumprimento da pauta LGBT e, por consequência, o reconhecimento de diversos direitos a essa parcela da população brasileira.

         O segundo grande empecilho é a própria população que ainda mantém ideias conservadoras sobre alguns assuntos específicos. Conservadorismo que é voltado, principalmente, para a liberdade sexual e individualidade da mulher. Tais pontos, curiosamente, batem de frente com a pregação das religiões predominantes no país. Assim, podemos considerar que as maiores dificuldades enfrentadas pelas pessoas LGBTs em geral são enraizadas no pensamento religioso num país, ironicamente, tido como laico.
         A combinação entre política e religião pouco tem ajudado a evoluir questões sobre os direitos humanos no Brasil. Ao contrário, vem atrasando progressos nas resoluções deste segmento. Porém, como é notório, quando o assunto chega à tríade estado-política-religião, o buraco é bem mais embaixo. (Laís Albuquerque)

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