Até o
começo de outubro, foram registradas 218 mortes de pessoas LGBTs no Brasil. Em
2013, o número foi 313. Cerca de 44% dos casos de homofobia registrados no
mundo, acontece aqui. Quarenta e quatro porcento. Tal número deveria causar
aversão ou, ao menos, desconforto, mas isto não acontece. A população
brasileira se habituou a fechar os olhos e minimizar o assunto.
Desde
2006, tramita no Congresso Nacional um projeto de lei que criminaliza a
homofobia. O texto espera aprovação no Senado desde o final do ano
passado. No entanto, alguns empecilhos surgem no caminho. O primeiro deles
é a composição nada favorável à questão no legislativo federal. Partidos
conhecidos pelo seu conservadorismo protelam o quanto podem o cumprimento da
pauta LGBT e, por consequência, o reconhecimento de diversos direitos a essa
parcela da população brasileira.
O
segundo grande empecilho é a própria população que ainda mantém ideias
conservadoras sobre alguns assuntos específicos. Conservadorismo que é voltado,
principalmente, para a liberdade sexual e individualidade da mulher. Tais
pontos, curiosamente, batem de frente com a pregação das religiões
predominantes no país. Assim, podemos considerar que as maiores dificuldades
enfrentadas pelas pessoas LGBTs em geral são enraizadas no pensamento religioso
num país, ironicamente, tido como laico.
A
combinação entre política e religião pouco tem ajudado a evoluir questões sobre
os direitos humanos no Brasil. Ao contrário, vem atrasando progressos nas
resoluções deste segmento. Porém, como é notório, quando o assunto chega à
tríade estado-política-religião, o buraco é bem mais embaixo. (Laís Albuquerque)
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