Adoção por casais homoafetivos

Reprodução: Blog Itambé na Mídia

Ter uma união reconhecida por lei e formar uma família. Esse é o desejo de muitos casais – dentre heterossexuais e homossexuais – e, para isso, muitos optam pela adoção de crianças.

Embora não haja lei específica, no Brasil é permitido que casais homoafetivos adotem crianças. O processo judicialmente é o mesmo: para adotar, o casal precisa procurar a Vara da Infância e Juventude do município; encaminhar uma petição para abrir o processo e, com a petição aprovada, participar de um curso de preparação psicossocial e jurídica; descrever a criança que deseja; aguardar a decisão do juiz e, se aprovado, aguardar que a Vara avise que pode busca-la.

A homossexualidade tratada publicamente: empresas saem do armário e mostram seu apoio à causa

No início deste ano, a marca de alimentos Honey Maid lançou uma série de comerciais que retratavam famílias diferentes do “usual” – e uma delas retratava um casal de homens e seus filhos.

Embora o vídeo tenha sido recebido positivamente pela maior parte dos internautas, uma pequena parcela reagiu com ofensas e palavras de ódio. Em resposta, a companhia divulgou um segundo vídeo:

É interessante perceber como as grandes empresas assumem cada vez mais uma postura inclusiva no que se refere ao assunto. Se, até poucas décadas atrás, as peças publicitárias sexistas, homofóbicas e machistas predominavam, hoje em dia conservar uma postura discriminatória pode até abalar a imagem de uma empresa (recentemente, o CEO da Mozilla Firefox, Brendan Eich, foi afastado do cargo por seu ativismo anti-gay).

Empresas como Google, Facebook, Microsoft, Itaú e Coca-Cola já lançaram campanhas de apoio à causa homossexual e de repúdio à discriminação e homofobia. Muitas das campanhas foram lançadas em 2013 – época em que a Suprema Corte dos EUA considerou institucional a seção 3 da Lei de Defesa do Matrimônio (DOMA), que restringia o casamento entre homem e mulher – e retratam o símbolo da luta pelo direito à união homossexual (um = estilizado), criado pela ONG LGBT HumanRightsCampain. Veja algumas das peças:

Absolut Vodka

Repercussão da campanha do MEL nas redes sociais

(Fonte: Mídia Sync)

Na novela Amor à Vida aconteceu um beijo gay entre Félix (Mateus Solano) e Niko (Thiago Fragoso) no último capítulo da trama, ação que impactou o grande público. Com o tema da homoafetividade em discussão por diversos meios e áreas, meses depois outro marco na história do combate à homofobia brasileira aconteceria.

Estouraram diversas opiniões em portais, blogs, vários tweets na rede de microblogs, postagens no Facebook comentando o beijo gay na novela, comentários e mais comentários surgiram na internet. Bom, isso já não é novidade. Com essa "ideologia 2.0" o Movimento do Espírito Lilás (MEL), de João Pessoa-PB, quis despertar de vez o combate à homofobia.

No dia 15 de maio deste ano foi publicado no canal do Youtube da Ordem dos Advogados do Brasil de Campina Grande (OAB-CG), a campanha "O amor une, a homofobia não" idealizada pelo Movimento do Espírito Lilás (MEL), e que posteriormente viria a ser o primeiro anúncio com um beijo gay veiculado na TV aberta.

Surpreendentemente para alguns, ou normal para outros, a reação dos internautas foi positiva, segundo estudo de dados realizado pela empresa Mídia Sync. Os comentários, curtidas, tweets, e manifestações a favor da causa anti-homofóbica superou a negatividade - até então esperada.

Ouvi comentários, diria até, ignorantes, por parte de familiares e companheiros de trabalho sobre o beijo gay na propaganda do MEL, e todos baseados na lógica da visão infantil sobre o que se era visto. Volto a minha postagem anterior 'Diversidade sexual na escola', onde digo que as crianças devem aprender a respeitar, e não serem - e não são - incitadas sexualmente. Aliás, venhamos e convenhamos, ninguém se torna homossexual por causa de uma propaganda na TV.

Confira abaixo o vídeo da campanha "O amor une, a homofobia não":

Cógenes Lira