domingo, 8 de março de 2015

Quem a homotransfobia matou hoje?

Por Yasmim Pessoa

Raissa, 19 anos. Desde os dez, deixou de ser Raul, seu nome de registro, e iniciou uma luta contra a sociedade para ser reconhecida pelo gênero com o qual se identificava. Certa noite foi perseguida por três jovens armados com facas que a atacaram friamente. Nove facadas acabaram como o sonho dessa jovem. Ela só queria ser vista como uma mulher. Não deu tempo.
Luana, 23 anos. Desde a infância era apelidada de “Maria Macho” por gostar de brincar com “coisas de menino”. Rejeitada pela família, foi morar com a companheira em outra cidade. Na volta pra casa, foi atacada por dois homens e violentada para que ela se tornasse “mulher de verdade”. Não resistiu à pressão psicológica e cometeu suicídio. Só queria ser dona do seu corpo para amar sem rótulos. Não deu tempo.
         Marcelo, 35 anos. Há cinco, tinha se assumido homossexual para a família, mas desde criança ouvia piadinhas sobre seu jeito “doce” de ser. Voltando do trabalho, foi atraído para uma emboscada e assassinado com três tiros. Seu único desejo era finalmente ser livre pra amar quem ele quisesse. Não deu tempo.
         Essas não são histórias reais. Mas poderiam ser. 

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