Por Yasmim Pessoa
Raissa,
19 anos. Desde os dez, deixou de ser Raul, seu nome de registro, e iniciou uma
luta contra a sociedade para ser reconhecida pelo gênero com o qual se
identificava. Certa noite foi perseguida por três jovens armados com facas que
a atacaram friamente. Nove facadas acabaram como o sonho dessa jovem. Ela só
queria ser vista como uma mulher. Não deu tempo.
Luana,
23 anos. Desde a infância era apelidada de “Maria Macho” por gostar de brincar
com “coisas de menino”. Rejeitada pela família, foi morar com a companheira em
outra cidade. Na volta pra casa, foi atacada por dois homens e violentada para
que ela se tornasse “mulher de verdade”. Não resistiu à pressão psicológica e
cometeu suicídio. Só queria ser dona do seu corpo para amar sem rótulos. Não
deu tempo.
Marcelo, 35 anos. Há cinco, tinha se
assumido homossexual para a família, mas desde criança ouvia piadinhas sobre
seu jeito “doce” de ser. Voltando do trabalho, foi atraído para uma emboscada e
assassinado com três tiros. Seu único desejo era finalmente ser livre pra amar
quem ele quisesse. Não deu tempo.
Essas não são histórias reais. Mas poderiam ser.
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