A diversidade sexual e a existência de pessoas que fogem ao padrão socialmente estabelecido de homem e mulher devem ser assuntos abordados desde a infância. No Brasil, o pejorativamente chamado "Kit Gay" - uma cartilha educativa preparada pelo governo para combater a homofobia nas escolas - foi uma iniciativa pioneira que tentou promover a conscientização no ambiente escolar; mas o projeto, devido à pressão de setores conservadores e religiosos, foi engavetado. No Japão, entretanto, uma cartilha sobre diversidade sexual está sendo distribuída com sucesso em um a escola na cidade de Saitama, para tentar reduzir os casos de bullying sofridos por estudantes homossexuais. (Marcelo Lima)
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Um
cartaz com diversas possibilidades de orientação sexual foi o jeito encontrado
por uma escola japonesa da cidade de Saitama (na região metropolitana de
Tóquio) para falar sobre sexualidade a adolescentes. A medida foi adotada em um
momento em que o Japão vive um grande aumento de casos envolvendo bullying
contra estudantes LGBTs.
De
acordo com uma pesquisa realizada pelo grupo Inochi Risupekuto Howaito Ribon
Kyanpen (Campanha do Laço Branco pelo Respeito à Vida, em tradução livre), com
sede na capital do país, e divulgada pelo Japan Times em maio, 70% dos
estudantes homossexuais japoneses já sofreram algum tipo de bullying e 30% já
pensaram em cometer suicídio. Além disso, 11% disseram ter sofrido abuso
sexual.
O cartaz
da escola secundária da Prefeitura de Saitama, intitulado “de quem você vai
gostar”, apresenta diversos tipos de relações afetivas: heterossexuais,
homossexuais, bissexuais e inclusive os assexuados. O material visual é parte
de uma série de informações sobre saúde e explica ainda que as orientações são
inatas à pessoa e não podem ser modificadas por pressões externas.
A
adolescência é quando geralmente é realizada a descoberta da orientação sexual
e, para isso, deve-se levar “tanto tempo quanto for necessário”, aconselha o
material.
O texto
introdutório do cartaz diz que, “quando os jovens chegam à puberdade, eles
muitas vezes gostam de outras pessoas e isso é chamado atração sexual.
Dependendo de quem a pessoa goste, esta é sua orientação sexual. A maioria é
heterossexual, mas as pessoas que são homossexuais e bissexuais não formam um
grupo pequeno. A orientação sexual é inata e não pode ser modificada por
intervenção, por isso não é preciso mudar suas preferências”.
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