sábado, 19 de julho de 2014

Eu aceito, mas...


Fonte: Arte na Lente
A conversa começou assim: “você viu naquela novela, a mãe explicando pro filho que ia casar com outra mulher dizendo que era supernormal? Um absurdo!”
A pergunta não era dirigida a mim, por isso fiquei calada e observei o desenrolar da cena, um pouco chocada. O choque se deu por que eu não esperava ouvir isso de duas mulheres esclarecidas que eu sabia ter amigos íntimos que são gays. E aí me veio à mente a frase “eu aceito, mas...”
Fiquei pensando na quantidade de pessoas que dizem “aceitar” os homossexuais, mas têm algumas restrições quanto a isso. “Eu aceito, mas precisa beijar na frente de todo mundo?”; “eu aceito, mas isso não é normal.”

Há algo muito errado nessas frases, nessa aceitação.
Se pararmos para pensar, a maioria das pessoas não aceitam, e sim toleram a diversidade sexual. Aceitar significa não se importar se gays demonstram carinho em público, ou se querem construir uma família normal como a minha ou sua. Aceitar significa não precisar fingir que sua filha ou filho mora com uma amiga ou amigo. Aceitar é entender que ser gay não é uma escolha, e sim parte do que a pessoa é.
Aceitar é isso e muito mais. O resto é tolerância.
(Gabriela Neves)

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