Fonte: Arte na Lente |
A conversa
começou assim: “você viu naquela novela, a mãe explicando pro filho que ia
casar com outra mulher dizendo que era supernormal? Um absurdo!”
A pergunta
não era dirigida a mim, por isso fiquei calada e observei o desenrolar da cena,
um pouco chocada. O choque se deu por que eu não esperava ouvir isso de duas
mulheres esclarecidas que eu sabia ter amigos íntimos que são gays. E aí me
veio à mente a frase “eu aceito, mas...”
Fiquei
pensando na quantidade de pessoas que dizem “aceitar” os homossexuais, mas têm
algumas restrições quanto a isso. “Eu aceito, mas precisa beijar na frente de
todo mundo?”; “eu aceito, mas isso não é normal.”
Há algo muito
errado nessas frases, nessa aceitação.
Se pararmos
para pensar, a maioria das pessoas não aceitam, e sim toleram a diversidade
sexual. Aceitar significa não se importar se gays demonstram carinho em
público, ou se querem construir uma família normal como a minha ou sua. Aceitar
significa não precisar fingir que sua filha ou filho mora com uma amiga ou
amigo. Aceitar é entender que ser gay não é uma escolha, e sim parte do que a
pessoa é.
Aceitar é
isso e muito mais. O resto é tolerância.
(Gabriela
Neves)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário será publicado em breve.