O longa-metragem Carol retrata um romance
entre duas mulheres. Na trama Carol (Catherine Blanchett) é uma mulher rica de
meia idade que está passando por um divórcio conturbado. Seu marido Harge (Kyle
Chandler) teme que um romance homoafetivo abale seu prestígio social, um
escândalo que denegriria sua reputação. Therese (Rooney Mara) é uma jovem que
está em processo de autodescoberta, tanto de sua personalidade como da sua
sexualidade. Ela anseia ter mais que uma vida mediana e tradicional, seu desejo
é por liberdade. Ao se apaixonar por Carol, ela larga tudo a fim de vivenciar
plenamente essa paixão.
Carol é um ótimo filme, e trata a
temática LGBT de forma sensível e delicada, não apelando para estereótipos ou
objetificação das personagens como outros filmes que abordam essa temática. A
sexualidade de Carol e Therese é tratada de forma natural, assim como o
desenvolvimento do romance. As atrizes realizam uma atuação louvável, rendendo
a ambas indicações ao Oscar, com Catherine Blanchett indicada na categoria de
melhor atriz e Rooney Mara, como melhor atriz coadjuvante.
Em paralelo à evolução do romance, há
uma evolução pessoal de Therese. Ela se
descobre uma mulher decidida e confiante, não se prendendo aos padrões impostos
pela época, isso ocorre de forma linear, muito bem construído no enredo.
Descrição para cegos: Na imagem vemos Carol em pé olhando para baixo. a sua frente está Therese sentada com uma expressão de tristeza. Foto: Divulgação. |
A sensibilidade do diretor ao conduzir
a trama e a relação das personagens cativa e seduz a todos que se dispõem a
apreciar a obra. Quando estão em público é necessário se resguardarem quanto á
demonstrações de afeto, mesmo assim é perceptível o sentimento existente
entre as personagens. É palpável o desejo no olhar de Carol quando encara Therese. Do mesmo modo a forma singela como Therese fotografa Carol torna
perceptível o prazer que ela sente ao estar junto de sua amada. Pequenas coisas
que enternecem e cativam e passam a intensidade da relação entre as duas.
Uma obra como essa é preciosa,
tendo-se em vista que representações cinematográficas exercem influência na
construção de conceitos e perspectivas da sociedade.
No fim, o filme consegue cumprir seu
papel de modo brilhante, mostrando uma nova abordagem sobre uma temática
lésbica. De forma sensível e ao mesmo tempo intensa, mostra as dificuldades
enfrentadas por muitos casais homoafetivos que eram e ainda permanecem, em
muitos casos, privados de sua liberdade afetiva por conta de concepções
equivocadas que permeiam toda sociedade.
Por: Joyci Medeiros
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