sexta-feira, 30 de maio de 2014

E o tal do g0y?


Reproduçã/Revista Vestiário

Descobrir o termo g0y no Facebook. Uma página compartilhou um vídeo satirizando os g0ys. Cliquei, assisti e não entendi. Sinceramente nunca tinha ouvido falar em tal coisa. Pesquisei, li, pesquisei mais um pouco, li de novo... senti o nó se formando em minha cabeça.
De longe parece ser tudo bem simples, g0ys (lê-se g-zero-y ou somente góis) são homens heterossexuais ou não que permitem ter intimidade com outros homens mas que não praticam o sexo anal. Simples.

Você poderia pensar “então g0ys são gays que não fazem sexo, certo?”


Errado. G0ys de maneira alguma gostam de ser rotulados de gays, eles não se identificam com a comunidade LGBT. Inclusive de acordo com o site oficial deles aqui no Brasil (heterogoy) o motivo do nome ser com um zero ao invés do A (de gAys) é para enfatizar que o movimento é estritamente masculino. A partir daí, as opiniões divergem de tantas formas que é difícil acompanhar.

Há quem diga que o movimento é legítimo, uma nova expressão da sexualidade já tão diversa. Alguns psicólogos/sexólogos publicaram artigos na rede defendendo os g0ys e afirmando que eles vieram para destruir limites impostos, quebrar o “padrão” hétero X homo que todos conhecem, e viver a diversidade de fato.

Bandeira g0y: para cada tom de azul há um significado.
Porém, o outro lado já não vê esse grupo com tão bons olhos assim. Isso porque as próprias ideias do grupo são confusas. Eles defendem sobretudo o respeito, mas em seu manifesto, nas entrelinhas, é possível detectar um discurso machista ou até mesmo preconceituoso para com os gays, principalmente os que ele estereotipam de afeminados. A começar pela própria substituição do A pelo zero na palavra que designa o grupo e sua bandeira em vários tons de azul (que afirmam ser uma cor masculina).

Independente do lado, apesar da filosofia vir desde a primeira década deste século, o movimento é novo e ainda engatinha aqui no Brasil. O grupo, no geral, precisa amadurecer suas ideias para que possamos formar as nossas.
(Gabriela Neves)

2 comentários:

  1. Indico para amadurecer as ideias
    (http://heterogoy.webnode.com/news/qual-e-o-espa%C3%A7o-da-apropria%C3%A7%C3%A3o-dos-g0ys-cientistas-sociais-buscam-as-respostas/)

    Eu estava no chile quando dessa discussão, então mudei radicalmente minha opinião, se antes achava um movimento homofóbico, hoje acho um movimento plenamente legítimo, é um grande avanço para a sociedade que funciona sempre dicotômica e polarizada.
    Por exemplo: PSDB x PT e o g0y é apenas uma candidatura própria, seria a rede Marina Silva da sexualidade.

    ResponderExcluir
  2. Valeu pela Dica Sheila.
    Com quase um ano de atraso... li a respeito. Me identifiquei muito com o conceito real de homoafetivo.

    ResponderExcluir

Seu comentário será publicado em breve.